quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Caras metades



Tampa da panela, metade da laranja... pra quem???

Vira e mexe alguém gosta de dizer que procura, que ainda não achou...
E eu penso comigo: Ainda bem! Um dia você vai perceber que é inteiro e aí sim, vai ser e fazer alguém feliz.

Acho muito engraçado algumas pessoas não se sentirem inteiras, estarem sempre se auto definindo como metades, como incompletas, como se para “ser alguém” precisassem de outra pessoa em suas vidas.  Nunca pensei assim.  Sempre acreditei que, se eu fosse incompleta até pra mim, o negócio seria evoluir primeiro pra depois pensar em ficar com alguém.
Não pensem que eu não seja romântica, que não goste de namorar, que não saiba me entregar. Não penso que seja assim.
Considero muito mais sedutor que duas pessoas inteiras, que se sintam plenas e confiantes, possam realizar mais. Precisar de alguém, literalmente falando, já é ruim. Cria uma dependência, não?  O dependente é livre para ser ele mesmo? Ou  ele precisa ceder para ter?
Não sei, não gosto mesmo de ler, ouvir ou sentir que “precisamos de alguém”... da tampa, da metade...
Casais que se admiram, amam e respeitam com suas diferenças me parecem mais saudáveis, mais plenos, mais felizes.
Longe de eu ter a receita da felicidade... afinal, quem sou eu? Não sou modelo pra ninguém... se é que nisto existem modelos a  serem seguidos. Só acho que o amor pode sim, acabar.  A graça está nisso, nas possibilidades da mudança.
Amor também se transforma, aumenta, diminui, acaba...  e a panela vai continuar ali... com ou sem tampa! Não é, não?

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Retratos

_Por que é que eu gosto tanto de retratos? 
_Porque gosto de gente!!!!!!

Sempre fui assim, desde criança. Eu já adorava fotografar, capturar expressões nos rostos dos meus primos, dos meus amigos do colégio. Talvez fosse uma forma de perpetuar seus sorrisos ao mesmo tempo em que eu os traria pra mim. Adorava também me debruçar sobre álbuns recheados de fotografias, fossem elas recentes ou antigas, de pessoas com quem convivia ou de outros que nem conheci.Tentava imaginar o que pensavam naquele instante, se gostavam da roupa que vestiam, se estavam à vontade ali parados, se eram felizes naquele dia, naquele momento.
Tal gosto fosse fruto de criança canceriana sensível, ou quem sabe, para os mais descrentes, apenas resultado do olhar e curiosidade de criança filha única a tentar descobrir aquilo que era “diferente”.
Devo ter sido aquele tipo de criança que para encarando os outros, porque até hoje me pego observando atentamente e calada pessoas nas ruas, nas salas de espera, nas festas, no trabalho, nos restaurantes... onde for. Tem gente por perto? Me interessa muito!
Para  um bom observador, não há alma que não se entenda. Basta querer olhar...e ver.  
Rostos dizem mais do que palavras. Rostos dificilmente sabem mentir. Olhares, então,  revelam o que nem sempre você está preparado para saber.
Acho fascinante aprender a olhar, aprender a ver.

Ele riu... e ela caiu


Como podia, um homem de semblante tão tímido, poder rir daquele jeito?
Como podia ela ter se apaixonado por uma voz? Por uma risada? E pelo telefone?????????????
Sim, como era possível se encantar por uma voz sem rosto, sem corpo, sem toque,  sem beijo e sem abraço?
No meio de um turbilhão de compromissos, de repente, se viu descansada e acolhida em palavras soltas de um desconhecido muito paciente. Quando falava com ele o tempo parava, a pressa sumia e tudo parecia entrar de acordo com o que ele professava: tudo vai dar certo, relaxa... E ela relaxava...e as coisas davam certo no final. Se não pelo poder que ele tinha de transformá-las em simples, pela alegria e otimismo  que ela absorvia dele.
E assim ela se envolveu sem perceber. Em questão de poucos dias sentia alegria com os seus contatos. Sorria feliz e deixava de ser séria, de ser brava.
Ainda não sabe se o acaso quis brincar com seu destino ou se os anjos quiseram ser travessos. Não importa. O que eram compromissos cheios de responsabilidades virou diversão, curiosidade e  alegria. Queria aquela voz por perto, ao alcance e a qualquer momento, nem que fosse só para dizer: se precisar de alguma coisa, eu estou aqui.  E ele parecia estar.
Era fácil ser sincero com quem não tinha rosto, com quem não iria se encontrar,  a quem não iria julgar. E assim ficou combinado  brincar de dizer tudo, de perguntar e responder qualquer coisa, de se entregar. O que começou com respostas simples como “sims e nãos”,transformou-se em  interesses compartilhados, desejos contidos liberados, mágoas confessadas e um inexplicável tesão.  
Dava até medo.
E deu!
Tanto medo que ela fugiu de si mesma, de seus sentimentos e de todo esse turbilhão. Quando viu finalmente o brilho de seus olhos pertinho de seu rosto, a poucos centímetros de seu corpo e ao alcance de seus braços, ficou com mais do que medo. Sentiu verdadeiro pavor.
Pavor de perder a magia que tinha e sentia por ele até aquele minutinho,  pavor de não saber mais fugir daquele frisson, pavor  que o corpo roubasse a força daquela voz. E fugiu escondida em palavras desconexas e abobalhadas, gestos perdidos e medrosos e olhares fugidios.
Quis se esconder dentro da primeira caixa preta e lacrada que pudesse encontrar  e teve medo que ele também assim quisesse. Como ela tivera coragem?
Camuflou a vontade do abraço com a preocupação pelo pouco tempo, com o tardar das horas.
Se antes tinha procurado na bebida a coragem para concretizar as palavras, agora essa mesma bebida lhe roubava a lucidez, o raciocínio... E fugiu do que tanto quis, do que tanto desejou. Quando sentiu o gosto da sua boca, teve vontade de sair correndo, com medo de perder a cabeça, de perder a razão.  E mentiu...e disse a primeira bobagem que veio a cabeça... 
Ela queria ouvir apenas: tudo vai dar certo... relaxa.


Ela prometeu para si mesma apagar todas aquelas lembranças e seguir em frente com a alma leve e o coração esvaziado, mas foi em vão. Quanto mais pensava em esquecê-lo, mais o encravava na memória . Passou a decorar cada linha de expressão de seu rosto, cada timbre de sua voz. E lembrava-se da risada gostosa que ele tinha, da maneira tranqüila com que  falava e a tranqüilizava sempre... E apaixonava-se novamente. Pronto! Todo o esforço em vão!!! Sim, por culpa apenas daquela solta risada. Como era difícil resistir não procurá-lo mais. Quem sabe um dia...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Dia de sair mais cedo de casa

Dezembro: mês de festas e encontros. Mês de luzes coloridinhas  espalhadas pela cidade.
Mês de trânsito caótico em Sampa apesar do término das aulas. É...tudo tem o seu preço.

E se chover muito, como nesta madrugada, é melhor não esperar que a vida seja fácil sobre o asfalto no dia seguinte.
Vou escolher a minha trilha de fundo, tomar meu banho mais cedo e sair pelo menos com uma meia hora de antecedência... pelo menos! 
Vou pensar na vida enquanto guio e escuto minhas músicas.
Pensar na vida de quem?


(Ultimamente não tenho pensado muito na minha, é verdade, mas não reclamo. Pensar em outras pessoas pode ser muito mais interessante. )

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tempo de esperar

Tudo podia ter sido diferente. E era para ser... tinha tudo para ser. Mas não foi!


Apressei o ritmo, decidi que tinha que ser naquele dia, que não poderia esperar mais. E o acaso riu de minha decisão, brincou com a minha cara e me fez esperar. .. A cada minuto passado a confusão e ansiedade aumentavam e o que era espera pulsante transformou-se em medo latejante. 
Esperei demais.


Quando chegou eu já não via, ouvia, sentia... Era outra pessoa dentro de mim.
Só senti os ponteiros girando, girando, girando. E fiquei tonta. 
Só acordei quando a porta bateu e vi o menino saindo apressado sem olhar para trás. Era tarde, realmente tarde para pedir para voltar... para não ir, para ficar.
Senti saudade. Quase gritei, quase chorei. Agora era mesmo tarde demais.
E naquele dia o sono não veio, mas o pesadelo dura até agora. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Insonia e confusão... e pensamentos estranhos...e Adele ... e saudade...



Acordada às três da manhã, estava navegando enquanto o sono não vem. Visitei alguns perfis, algumas páginas, ouvi músicas e mais músicas. 


Grudei na Adele e nos seus agudos e fiquei aliviada em saber que os que dormem estão em quartos longe de mim... Não me ouvem desafinar e nem quase gritar.
Dormi pouco neste final de semana, não descansei à tarde e pensei que adormeceria fácil se fosse para a cama cedo. Só que eu não fui.
Pensei em me deitar, mudei de ideia. 
Resolvi tirar novas fotos por achar que as que tinha nos perfis sociais estavam velhas. Quase desisti. Na primeira imagem não gostei do que vi. 
Senti quase tristeza. Procurei pelo brilho do olhar. Que brilho?
Acabei escolhendo uma foto dessas novas e tentei me sentir renovada fazendo uploads aqui e ali. Não deu certo. Olhei novamente o meu rosto e me senti estranha. Me senti e vi triste, muito triste.
E por que sinto-me assim? 
E por que acabo escolhendo músicas que parecem ter sido escritas pra narrar o que não quero contar a ninguém?
Será TPM?
É, pode ser... porque agora eu virei o tipo de mulher que fica sensível, que chora, que tem insônia e fica sonhando com qualquer situação romântica que esboce o menor sinal de ter a ver comigo.
Eu devia ser muito mais interessante quando tinha TPM normal. Quando queria apenas matar um que se pusesse no meu caminho e só.


Não é TPM. Desculpa mais do que esfarrapada até pra mim! Que papelão!


É Lua cheia. Sou eu. É o que vai na alma e que transborda nos suspiros.


Fiquei sentada na soleira da sala onde escrevo por vários minutos a contemplar a Lua e sentindo frio. E ouvindo Adele, e mais Adele, e mais Adele... A mesma música. 


I've made up my mind,
Don't need to think it over,
If i'm wrong i am right,
Don't need to look no further,
This ain't lust,
I know this is love but,

If i tell the world,
I'll never say enough,
Cause it was not said to you,
And thats exactly what i need to do,
If i'm in love with you,


Observei a fumaça do cigarro subindo como se tivesse vida própria.
Repeti o refrão baixinho e acabei deixando umas lágrimas rolarem junto com as notas. Deixei as emoções saírem. Senti saudades de mim, mas fiquei melhor ao final. 
E resolvi vir dividir meus sentimentos aqui.
Porque eu posso me sentir confusa, mas estou sendo muito sincera no que sinto.



Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere,
Or would it be a waste?
Even if i knew my place should i leave it there?
Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere









Perseguindo Sonhos Impossíveis

Eu me decidi,
Não preciso refletir sobre isto,
Se estivesse errada estaria certa
Não é preciso mais nenhum olhar
Isto não é luxúria,
Eu sei que isto é amor mas,

Se eu dissesse ao mundo,
Eu nunca diria o bastante,
Porque que não foi dito a você,
E isso é exatamente o que eu preciso fazer,
Se eu estou apaixonada por você,

Eu deveria me render,
Ou eu deveria continuar perseguindo sonhos impossíveis?
Até mesmo se não conduz a parte alguma
Ou seria um desperdício?
Até mesmo se eu soubesse que é meu lugar deveria deixá-lo?
Eu deveria me render,
Ou eu deveria continuar perseguindo sonhos impossíveis?
Até mesmo se não conduz a parte alguma

Eu me construiria,

E voaria em círculos
Espere então meu coração cair
E atrás de mim começa a dor
Finalmente isto poderia ser

Eu deveria me render,
Ou eu deveria continuar perseguindo sonhos impossíveis?
Até mesmo se não conduz a parte alguma
Ou seria um desperdício?
Até mesmo se eu soubesse que é meu lugar deveria deixá-lo?
Eu deveria me render,
Ou eu deveria continuar perseguindo sonhos impossíveis?
Até mesmo se não conduz a parte alguma

Eu deveria me render,
Ou eu deveria continuar perseguindo sonhos impossíveis?
Até mesmo se não conduz a parte alguma
Ou seria um desperdício?
Até mesmo se eu soubesse que é meu lugar deveria deixá-lo?
Eu deveria me render,
Ou eu deveria continuar perseguindo sonhos impossíveis?
Até mesmo se não conduz a parte alguma

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Primeira Gaveta

Ele ficou triste, decepcionado, e guardou suas mágoas no fundo de uma gaveta. Seguiu seu dia como se nada tivesse acontecido, como se aquilo fosse bobagem. Mentiu pra si mesmo e saiu com um sorriso no rosto, enganando a todos com aquela cara de feliz. Jamais pensariam que ele estaria triste. Pessoas tristes não seduzem aquele tipo de gente. Era melhor parecer um deles.


Foi dormir pensativo, sentindo-se sozinho apesar de acompanhado. Imaginou-se independente, liberto, mas afastou os pensamentos quando lembrou da infância e das dificuldades passadas. A vida parecia melhor agora, melhor fingir que sim. 
Ao lado ela dormia tranquila, talvez sonhando com seus novos projetos. Para ela tudo era mais fácil, mais seguro, mais estável. Ali não havia o medo do fracasso, a falta de recursos. Era querer e poder...e mandar.
Sentiu uma certa raiva daquele jeito imperativo dela comandar a vida e culpou os astros. Precisava por a culpa em alguém, em alguma coisa. Que fosse ao menos culpa do seu signo. Pelo menos era uma desculpa. Precisava acreditar nisso para suportar as horas de silêncio, os carinhos escassos e automáticos e a falta de compreensão e cumplicidade. Admitiu para si a culpa de deixar as coisas chegarem ao ponto que estava.  Pensou também na carreira e reconheceu estar fazendo tudo errado e, por isso mesmo, estar tão infeliz.
Abriu novamente a gaveta e, mais uma vez, trancou as emoções lá dentro. Era mais fácil adormecer assim.