quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pra viver em São Paulo, você precisa ser mais que uma cebola

Não há dúvidas de que o clima nesta cidade é doido, realmente DOIDO.
Tivemos um final de semana quente de verão, céu sem nuvens e calor de fazer tirar chinelos, shorts e camisetas dos armários.A  Segunda chegou ainda luminosa e quente. A temperatura passando dos trinta graus. Muitos comemorando com as cervejinhas e as gravatas postas ao lado.Tivemos grilos confusos cantando pelos jardins, acreditando estarem já no final da primavera. Pois é... e assim começou a Terça. Sol brilhando, ar ligado e roupas leves. Esse negócio de sair de casa parecido como uma cebola, cansa. As pessoas já não têm mais paciência para carregarem casacos, casaquinhos, e irem tirando ao longo do dia.
Só que ontem foi demais! Entrei no restaurante da empresa com o sol brilhante, forte, imponente. 
Saí de lá com o céu cinzento, horroroso e uma ventania ameaçando trazer a chuva. Não tivesse a temperatura caído assustadoramente, até que não chamaria tanto a atenção, só que pouquíssimo tempo depois tínhamos uma tarde treze graus mais fria. Pode uma coisa destas?
(Nem pensei em sair de casa levando agasalhos, o que dirá levá-los na hora do almoço!)
Costumamos brincar que para viver em Sampa, você precisa ser uma cebola. Sai de casa pela manhã cheio de peças que vai "descascando" ao passar do dia... mas esta história de ter que ir colocando as cascas novamente está mal! Ninguém sai preparado para mudar de couve de bruxelas para repolho ao final do dia. Só faltava agora essa!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Passo adiante

Não existe pior inimigo do que o medo.

Não tente me levar para o mesmo buraco,  porque caminho entre pedras, sim, mas quando caio me levanto ainda mais forte. Sobrevivi, posso continuar adiante!

Já caí e por isso sei que a cada tombo o medo de tropeçar já nem aparece mais. Aprendo com os erros e já não vivo numa estufa. Sorte a minha.

Qual  a graça em ficar parado e não seguir caminho algum???

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Neblina

E voltando pra casa, neblina.
Me fez lembrar do quanto eu gostava disso quando era criança e achava que, de repente e de qualquer canto, apareceriam com ela duendes, fadas, bruxas...
Hoje isso só me fez pisar um pouco mais leve do acelerador.


Minutos esticados

Alguns dias aparentam ser mais lentos e hoje parece ser um deles. As horas ficam mais longas, rendem mais, ou pelo menos tenho essa impressão. Aproveitei mais uns minutos na cama e para minha doce surpresa, o relógio parecia não ter corrido. Pode ser a preguiça comum das manhãs frias, pode ser uma impressão passageira, mas isso me rendeu uma expressão mais descansada e uma melhor disposição. Hoje não tenho olhos cansados e a pele parece mais corada, descansada.
Há dias que "prometem" ser bons. 
Que assim continue... Ainda nem chegamos ao meio dele, mas isto já foi um bom começo. O mais importante é manter o otimismo, não é, não?
: )

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mais um dia cinzento na grande Sampa


  Não estivesse o frio que está e o céu tão cinza,     teríamos encontrado alguns amigos indo e vindo
do almoço, mas assim...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sonho que não sei

Na madrugada passada eu tive um sonho muito estranho, muito doido, mas apesar dos absurdos, muito bom. Tinha tudo para ser um pesadelo, mas...

Sabe aquele tipo de sonho em que você sente tudo como se fosse real? De quem em certos momentos você sabe que aquilo não poderia estar acontecendo mas se você está sentindo tudo "na pele", então aquilo não pode ser um sonho? Só faltou eu me beliscar no meio dele.

Acordei no meio da madrugada com as memórias se confundindo com a realidade. Sensação latente de que aquilo tinha acontecido de verdade.
Pouquíssimas vezes tive essa impressão na vida. E olha que eu até que sonho bastante.
Desta vez eu não me senti acordando de um sonho, eu acordei como se tivesse chegado de algum lugar.Eu vivi aquilo. Isso era fato.  O negócio chegava a ser físico.  Os sentidos estavam ainda muito aguçados e a memória do tato, do olfato estava muito presentes. Eu tive a certeza que que tinha vivido aquilo, só não sabia como tinha sido possível. Cheguei a tentar me lembrar se tinha tomado algum medicamento ou bebida antes de dormir . Eu queria poder passar por essa experiência novamente. Se viver um sonho era possível daquela forma, se aquela sensação era assim tão real, eu queria repeti-la...
(mas eu não tomei nada e não sou usuária de nenhum tipo de alucinógeno)

Sonhei que a Terra teve a sua rotação repentinamente acelerada e por uns breves instantes, como alguém que pisa num acelerador... mas de repente acaba deixando o carro morrer com um tranco porque o pé escapa do pedal... A  Terra acabou perdendo um pouco do seu eixo,  e como  se fosse neve,  caíram do céu minúsculas partículas parecidas com sal refinado de cozinha.
Instalou-se um verdadeiro caos. Montes do tal “sal” se espalharam por ruas, cidades e campos, invadindo até mesmo as casas. Por cima dos móveis e chão aquele pó fino deixava tudo sujo. Num esforço em comum,começamos a limpar a casa. Nossas rotinas foram  interrompidas abruptamente. Não se podia ir a lugar algum pelo bloqueio das ruas, parte da eletricidade caiu, telefones ficaram sem funcionar direito...(coisa de filme de catástrofes americano!) Tratores nas ruas tentando abrir passagens para os carros e pessoas.
Parte dos meus primos e tios foram ficar com a gente na minha casa. Moravam todos por ali e chegaram aos poucos, porque ali, juntos, estaríamos mais seguros.
(minha casa??? mas que casa era aquela que eu nunca vi na vida???que lugar era aquele em que morávamos?? que história é essa do mundo acelerar???)
De repente já sabíamos que não teríamos comida por muito tempo porque as lojas estariam fechadas com problemas de abastecimento e as colheitas estariam comprometidas.
(até em sonho a gente precisa se preocupar com a comida???)
Começamos a juntar mantimentos e a estocá-los num canto de uma dispensa.
Estranhamente uma enorme TV funcionava numa sala, mas só transmitia o sinal de uma emissora. (que raio de emissora era essa que conseguia se manter no ar apesar de tudo aquilo????Pelo menos eu não estava trabalhando lá!)  
Um tio e alguns primos assistiam assustados e repetiam estupefatos cada nova notícia . Era chocante. O mundo todo alterado depois desse “tranco do planeta!” Tudo culpa do aquecimento global. Culpa nossa.Quem mandou? Agora os mares deviam estar reduzidos e a água também poderia faltar em breve.  Só diziam coisas assim. E imagens e mais imagens do tal "pó tipo sal fino branco" sobre as capitais do mundo apareciam na TV.
Ninguém parecia aterrorizado.
Numa cozinha pequena, fazíamos um grande omelete com parte dos ovos da geladeira. (omelete???? )
Num determinado momento me lembrei de ver se a minha cadela estava bem, se não estava ferida ou algo do gênero. Ela estava fisicamente bem, mas muito assustada. Fiquei feliz em tê-la ali.
Quando olho para o outro lado do quintal, vejo parte da rua e, para minha estranha surpresa mas IMENSA alegria, eu vejo um  carro antigo do meu pai chegando na rua já com passagem aberta por uma escavadeira alaranjada. (sim, imensa alegria e emoção, porque eu me lembro até da sensação de desabar de joelhos no quintal nesse momento)
Dentro do carro, meu pai e minha mãe!
Desabei num choro feliz e minhas pernas se dobraram sobre a grama suja do jardim. Meus pais estavam bem, estavam a salvo e estavam ali. Estavamos todos reunidos em família!!!
No sonho minha mãe ainda estava viva e meu pai ainda andava e conduzia. (que coisa boa!),
Aos descerem do carro, disseram que assim que souberam do “acidente com o planeta”, pegaram a estrada para irem ficar com a gente (meu marido e eu, no caso)
Eu só me lembro de estender os braços para o céu e gritar feliz de que tinha tudo o que queria por perto,  que nada seria difícil se estávamos todos juntos.
Corri para abraçar a minha mãe, o meu pai, feliz, feliz, feliz! Eles agiam como se nunca tivessem ficado doentes, como se minha mãe nunca tivesse falecido.
Entramos juntos pra casa enquanto  comentavam a situação,  o caos, seus medos.
Já dentro da casa com meus pais, marido, primos e tios, eu tentava organizar lugares numa mesa  e a forma de todos almoçarem. Todos agiam como se minha mãe ainda fosse viva e como se meu pai nunca tivesse ficado doente. Ninguém estranhou a presença deles ali. Apenas elogiavam a presença de espírito de terem saído logo para irem ficar com a gente e terem escolhido a melhor estrada. A impressão que eu tinha era a de que ninguém mais sabia da verdade, de que aquilo seria impossível estar acontecendo... Tentei  disfarçar porque preferia que fosse assim, mas meu olhar se cruzou com o do meu marido e percebi que ele também sabia da verdade. Ele me cochichou no ouvido de que sabia o quanto eu estava feliz apesar de tudo.
Acordei nessa hora.

Levantei atordoada da cama, fui ao banheiro e fiquei ali impressionada, realmente impressionada. Nunca tive um sonho tão real que tenha parecido tão longo. Aliás, aquilo podia ser chamado de sonho? Eu ainda sentia o perfume das pessoas, a força dos abraços, a textura dos pequeninos grãos que caíram do céu e se espalhava por toda parte...   Lembrava do vento que fazia no quintal ao olhar para o céu estranho, do sabor do omelete que minha prima me deu para provar. Foi muito real! Não tivesse estado com a minha mãe sorridente, de cabelinhos curtos e vestido estampado  e meu pai animado guiando um velho carro e  subindo escadas para lá e para cá, eu teria tudo para ter chamado isso de pesadelo, afinal, tudo isto começou com um “tranco no planeta”.

Será que alguém poderia me explicar o que foi tudo isso??
Será que alguém pode me dizer como faço para repetir a dose e estar novamente com a minha mãe?

E nada além de ser o que sou...

Alguns dias eu gostaria de não ter que dizer nada para ninguém e muito menos ser aquilo que esperam que eu seja.
Não tenho a menor pretensão de agradar ou conquistar aquilo que de fato não me interessa. Não tenho vaidades sociais a ponto de não me permitir ser o que sou. 
Sou assim, e gosto disso.
Deliciosa liberdade em me reconhecer assim, exatamente assim.


E como estou espiando dentro de mim, uma música que me tocou ao final do dia...





Linkin Park   - NUMB

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sol brilhando...


    Dias de sol em Sampa. Dias de céu azul. 
   Só não se pode acreditar que este céu esteja limpo. Não, não, não...                   
   A poluição reina absoluta incomodando pulmões mais sensíveis. Dias secos.
   O jeito é não esquecer da água mineral no console. De gole em gole e a   gente a gente chega lá.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Meu querido PROGRAMA LIVRE

Neste último sábado, dia 13 de Agosto, tive o prazer de reviver alguns momentos do Programa Livre, programa  do qual fiz parte da equipe de produção e onde fui muito feliz.
Parabéns ao SBT pelos 30 anos de existência!!!


domingo, 14 de agosto de 2011

Feliz Dia dos Pais!


Hoje não é Dia de São José, mas é Dia dos Pais no Brasil.




Ainda tenho a sorte de poder estar ao lado do meu pai e retribuindo o carinho e apoio que ele sempre me deu. 




Feliz Dia dos Pais para todos!!!
                            

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Insônia inexplicável


Na madrugada passada acordei por volta das quase quatro da manhã e despertei de tal forma que não consegui mais pegar no sono. Olhos esbugalhados e alertas, procurei um motivo para ter acordado daquela forma.
A rua da minha casa estava muito mais silenciosa do que eu imaginava. Minha cadela parecia estar dormindo encolhidinha nos seus colchonetes. Nenhum som pela casa ou pelo quintal. Nem mesmo de chuva, vento, carros a passar... nada. Não ouvia ou percebia qualquer motivo que justificasse o meu despertar.
Não tinha a lembrança de nenhum sonho, de nenhum pesadelo, nenhuma emoção latente. Rolei para um lado, tentei me acomodar no outro, mas foi em vão.
Acabei levantando da cama silenciosamente e indo para o sofá, acompanhada de dois travesseiros fofinhos e um cobertor macio e quentinho.
Liguei a TV baixinho e procurei algum canal para assistir. Nada me prendia a atenção. Pensei em ler, mas a preguiça de ir pegar os óculos, um livro e ligar o abat-jour foi maior. Fiquei ali encolhida, zapeando com o controle remoto na mão, muito mais desperta do que gostaria. Atentei para o horário ao mudar os canais e torci para que os minutos fossem longos e as horas demorassem a passar. Não queria que o dia chegasse logo e que a claridade dele invadisse a sala através da grande janela da sala. Queria continuar a dormir gostoso, como estava até bem pouco tempo atrás. 
Mas o que foi me deu para acordar assim???
Ali fiquei, encolhida e aconchegada, até relaxar e me deixar fechar novamente os olhos... e a TV ficou ligada a me fazer companhia.  Sim, desde pequena tenho o péssimo hábito de adorar me deixar embalar ao som de qualquer programa televisivo. (Agradeço muito ao inventor do Timer dos aparelhos! Só assim passei a dormir mais tranquilamente sem acordar de manhã ao som animado de alguma programação matinal)
Por volta das seis e meia da manhã, a luz do dia tornou-se clara o suficiente para transpassar as cortinas e me tirar novamente do soninho bom. E lá voltei eu para o meu quarto e a minha cama quietinha, sem fazer barulho para não acordar ninguém, mas principalmente, para não acordar a mim mesma.
Sou aquele tipo de pessoa que pode caminhar uns bons passos pela casa e até articular algumas poucas frases sem largar dos braços de Morfeu... 
Feliz fico quando estou sonhando, acordo por qualquer motivo, mas não me deixo despertar e logo volto a dormir e... a sonhar o mesmo sonho. É muito bom. Raro, mas realmente bom. E hoje deve ter sido assim, porque tenho uma vaga ideia de ter sonhado com as mesmas coisas nessas horinhas pós insônia.


Engraçado foi ter sabido, numa daquelas conversas despretensiosas que temos com as amigas quando vamos tomar um cafezinho, que hoje fomos mais de cinco ali da equipe do trabalho a terem essa tal insônia no meio da madrugada. Qual terá sido o motivo desta coincidência?  Teremos voado de uma casa para a outra a chamar pelos amigos para resolver alguma pendência? Teremos feito alguma reunião fora do expediente? Fizemos uma festinha e não dei por ela? (rsrs)
Não importa. Foi curioso e engraçado saber disso, mas o que eu desejo para todos agora é uma tranquila, serena e contínua noite de sono e descanso.
Boa noite!

domingo, 7 de agosto de 2011

Vontade de colocar os pés na areia...



Hoje o dia amanheceu claro e com um temperatura agradável. Nem frio, nem calor.
Me deu uma vontade de caminhar na praia, de olhar o mar... 
Gosto de praia em dias assim, quando ela não está cheia e pode-se ouvir o bater das ondas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O dom da motivação???

Estava conversando ontem com um amigo sobre talentos que ele tem e sobre o que poderia fazer com isso. Eu, animada, o incentivava a tentar publicar as tantas frases bem humoradas que ele vive postando no Facebook. Ele é o tipo de pessoa que tem o dom de ser naturalmente engraçado quando escreve frases sobre o cotidiano. Há dias em que eu abro o Facebook já procurando por suas “tiradas” e ele ficou feliz em saber disso.
Nos divertimos falando do prazer que podemos ter levando a vida fazendo aquilo que realmente gostamos, expondo aquilo que realmente somos, aquilo que trazemos em nós.

É, porque eu sou assim: se gosto de alguma coisa em alguém, eu costumo elogiar sinceramente, e as pessoas às vezes se animam e agradecem o incentivo, a motivação. (há quem não me compreenda, mas e daí?)

Ao final do papo, ele brincava dizendo que eu deveria dar palestras de motivação aos outros, que deveria escrever sobre isso, enfim.  Terminamos a conversa sorridentes e felizes. Simples, não?

Já tive o prazer de ouvir que eu sou aquele tipo de pessoa que sabe ”colocar o outro para cima” e concluo:_ A vida não corre melhor assim, com pessoas animadas e mais confiantes de suas virtudes e predicados? Pessoas confiantes e com boa auto estima produzem e vivem melhor. Para mim isso é fato!
Às vezes me pergunto por que é que eu costumo observar as pessoas dessa forma, por que vejo qualidades nos outros que muitos ignoram. Será que é porque tive uma mãe que tinha por hábito sempre me fazer olhar “o lado bom” das coisas? Acredito que sim!
Toda vez em que eu me queixava ou criticava algo ou alguém, lá vinha a minha mãe a me desafiar a ver por outro lado, com menos pré conceitos. Para ela, sempre havia algo bom para ser absorvido, fosse do que fosse. Nenhuma pessoa seria de toda má, nenhuma situação seria de todo ruim. Pessoas são ricas demais para terem só características ruins. Acontecimentos, mas por mais desgastantes, tristes ou irritantes que fossem, sempre traziam uma lição a ser aprendida.  Bastava saber “separar o joio do trigo”.
Dona Helena era assim, ou pelo menos tentava me educar para ser. Acho que conseguiu.
Admito muitas vezes ter me estressado com este jeitinho “Poliana” dela  ser. Muitas destas, achava que ela não estava me ouvindo direito, que estava diminuindo minhas avaliações, que estava simplificando demais. 
De alguma maneira, minha mãe me incentivou a ser uma pessoa melhor. Acredito muito nisso.

Sim, mas por mais que a gente não acredite quando se é muito jovem, a gente muda  com o passar do tempo. Amadurecemos na medida em que admitimos que mudar de opinião e ser mais flexível é uma virtude, não uma fraqueza, mas acima de tudo, mudar é enriquecedor.

Ampliar os horizontes pode ser fácil assim. Basta abrir os olhos e querer  ver.
Quando passei a admitir que a vida pode ser mais legal se eu permitir  vê-la com bons olhos, passei a ser uma pessoa muito mais serena e, porque não dizer, muito mais feliz.

Longe de querer agradar a tudo ou a todos, eu sigo o meu caminho assim. Na verdade, assim agrado a mim mesma.  Tenho imenso prazer em encontrar pessoas elogiáveis no meu caminho e lhes dizer o quanto são pra mim.
Se isso é um dom, não sei,  não me preocupo em rotular. Só deixo que a vida siga e meu coração transborde. E que transborde de coisas boas, não? Muito melhor!!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brincar de ser assim e assado


Hoje vou tirar algumas horas do dia para brincar de faz de conta.  Quem foi que disse que não podemos brincar mais depois de adultos?
Quando éramos crianças e inventávamos nossas personagens, o mundo ficava mais divertido e os adultos em volta elogiavam a criatividade dos pequenos.
Se me descobrissem a brincar de ser uma professora, uma médica, uma bailarina, ninguém reclamava, ninguém ralhava.  
Apesar de ser filha única, sempre fui muito tagarela, sempre brinquei demais. 
Minha mãe me dava trela, me incentivava a expor meus pensamentos, encorajava minhas descobertas. Eu não me lembro de ter regras, de brincar sempre da mesma coisa, de precisar de acessórios para inventar qualquer coisa. Também não me eram proibidos os carrinhos, as ferramentas, as bolas.  Essa liberdade era fascinante.
Quando eu queria brincar, bastava inventar e acreditar, e já era o que quer que fosse.  
Nessas intenções, tudo era possível. E nem penso aqui nas grandes produções, onde objetos de cena e figurinos eram improvisados com roupas dos pais e itens da casa. Falo do simples brincar de ser algo que se quer.  E pronto! Tudo era possível.  Não precisar usar acessórios estimulava ainda mais a criatividade. Assim, eu brincava em qualquer canto e lugar, a qualquer hora. Não me deixava abater pelo tédio.
Devo ter fingido ser de tudo um pouco e a graça estava nisso. Não havia limites, não havia regras. Fingi ser menina, mulher, menino, velhinhos, cachorrinhos, cavalos, gatinhos  e peixes. Sim, peixes. Sempre adorei água.   Devo ter sido também alguns outros animais. Devo ter imitado alguns passarinhos voando pela casa, alguns leões rosnando... enfim. Passava por dezenas de profissões e escolhia vidas de todas as formas e cores.
Só nunca tive vocação para fingir ser coisas.  Esse negócio de se passar por relógio cuco, por exemplo, nunca foi pra mim. Até brincar de “estátua”, com outras crianças,  já me custava um pouco.
Hoje eu vou brincar de uma coisa diferente: vou brincar de ser visitante. Sim... vou tentar ver parte deste dia como alguém estranho, que nunca levou a vida que eu levo. Aposto que no final do dia terei novas percepções daquilo que me cerca.
Feliz do ator que ganha a vida para brincar assim.