segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brincar de ser assim e assado


Hoje vou tirar algumas horas do dia para brincar de faz de conta.  Quem foi que disse que não podemos brincar mais depois de adultos?
Quando éramos crianças e inventávamos nossas personagens, o mundo ficava mais divertido e os adultos em volta elogiavam a criatividade dos pequenos.
Se me descobrissem a brincar de ser uma professora, uma médica, uma bailarina, ninguém reclamava, ninguém ralhava.  
Apesar de ser filha única, sempre fui muito tagarela, sempre brinquei demais. 
Minha mãe me dava trela, me incentivava a expor meus pensamentos, encorajava minhas descobertas. Eu não me lembro de ter regras, de brincar sempre da mesma coisa, de precisar de acessórios para inventar qualquer coisa. Também não me eram proibidos os carrinhos, as ferramentas, as bolas.  Essa liberdade era fascinante.
Quando eu queria brincar, bastava inventar e acreditar, e já era o que quer que fosse.  
Nessas intenções, tudo era possível. E nem penso aqui nas grandes produções, onde objetos de cena e figurinos eram improvisados com roupas dos pais e itens da casa. Falo do simples brincar de ser algo que se quer.  E pronto! Tudo era possível.  Não precisar usar acessórios estimulava ainda mais a criatividade. Assim, eu brincava em qualquer canto e lugar, a qualquer hora. Não me deixava abater pelo tédio.
Devo ter fingido ser de tudo um pouco e a graça estava nisso. Não havia limites, não havia regras. Fingi ser menina, mulher, menino, velhinhos, cachorrinhos, cavalos, gatinhos  e peixes. Sim, peixes. Sempre adorei água.   Devo ter sido também alguns outros animais. Devo ter imitado alguns passarinhos voando pela casa, alguns leões rosnando... enfim. Passava por dezenas de profissões e escolhia vidas de todas as formas e cores.
Só nunca tive vocação para fingir ser coisas.  Esse negócio de se passar por relógio cuco, por exemplo, nunca foi pra mim. Até brincar de “estátua”, com outras crianças,  já me custava um pouco.
Hoje eu vou brincar de uma coisa diferente: vou brincar de ser visitante. Sim... vou tentar ver parte deste dia como alguém estranho, que nunca levou a vida que eu levo. Aposto que no final do dia terei novas percepções daquilo que me cerca.
Feliz do ator que ganha a vida para brincar assim.

2 comentários:

  1. Olá Rita.
    Obrigado pela visita ao meu blog, assim como pelo comentário. Volta sempre que queiras, serás sempre bem vinda!

    Interessante o teu blog e neste caso desta postagem, não podemos esquecer que dentro de cada um de nós, há sempre uma criança...

    Vou seguir!

    Rui - OLHAR D'OURO
    Portugal

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  2. Todos temos uma criança dentro de nós!
    ;)

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