sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Saudade


























Já sentiu saudade de você mesmo? Do que foi, do que sentiu, do que viveu, de como estava?
Já sentiu saudade do brilho do seu próprio olhar, da sua intensidade, da sua voz mais serena?
Já sentiu saudade de pular da cama cantando, dançando, sorrindo?
Já sentiu saudade de não ter medos, de ter mais paciência, de perder a fome, de perder o sono?
Já sentiu saudade de escutar a mesma música trinta vezes seguidas, de escrever milhares de  e-mails, de gastar centenas com a conta telefônica?
Já sentiu saudade de se descobrir embriagado, divertido, enlouquecido?
Já sentiu saudade de abraçar os amigos, de correr com o seu cachorro, de tomar chuva no quintal?
Já sentiu saudade de beijar seu pai, de acariciar o braço de alguém no cinema, de dividir uma batatinha no banco do carro?
Já sentiu saudade de cantar em voz alta no meio do trânsito, de ultrapassar o limite de velocidade, de  passar o farol fechado?
Já sentiu saudade de acordar no meio da noite, de virar a noite conversando, de rir de uma piada?
Já sentiu saudade de cumprimentar estranhos,  de dar a vez na fila,  de comprar um sorvete enorme?
Já sentiu saudade de ser assim?

Eu, já.



Estou morrendo de saudade de mim!