terça-feira, 23 de novembro de 2010

Risadas que escapam do teclado

(Já que estou resgatando textos antigos do meu extinto blog, aqui coloco mais um!)


Numa tarde destas, encontrei um amigo online no MSN.
Vamos chamá-lo de Lucas para preservar sua identidade, ok? Ele sabe que fiz um blog, diz que acha muito legal e o apóia, mas daí a deixar que eu revele seu nome, já é demais. Vai que ele não gosta… melhor deixar quieto.
Lucas é um daqueles amigos que não vejo habitualmente, que não encontro mais, mas que manda notícias de tempos em tempos.
Para quem criticava tanto as pessoas que ficam conectadas horas por dia, Lucas agora me surpreendeu! Acho graça de ele ter se adaptado e rendido ao mundo virtual. Anos atrás, quando o conheci, ele dizia que esse negócio de conversar pela internet, como eu já fazia, parecia coisa de maluco. Passávamos longas horas debatendo o assunto. Eu defendia as vantagens de poder me comunicar com velhos amigos e a possibilidade de conhecer novas pessoas. Ele implicava dizendo que o computador era impessoal, que não tinha graça. Hoje ele faz parte de vários sites de relacionamento, entra no MSN para papear, coloca fotos nos perfis. Quem diria?
Passamos boa parte daquela tarde conversando, teclando um para o outro, aproveitando as brechas e intervalos nos afazeres de cada um.
Uma das coisas divertidas que observo quando algumas pessoas teclam, é que elas talvez por não estarem presentes aos nossos olhos, se libertam de poses e atitudes mais sérias, desvendando lados brincalhões, humorados, libertados. E assim foi com ele.
Papo vai, papo vem, nesta tarde meu amigo mostrou que pode ser ainda mais divertido, como as batatinhas “smiles” que comíamos no Joakin’s depois das baladas.  Sim, nesta tarde ele estava inspirado, engraçado, travesso.
Anos atrás, Lucas era o tipo do cara que eu chamava de bipolar… Vivia mudando de humor. Trocava o sorriso “colgate”, sua marca registrada, por semblantes sérios e respostas ásperas em questão de segundos. Vivíamos discutindo, brigando mesmo. Até por times de futebol a gente brigava. Conversa de corinthiano chato com palmeirense teimosa, dava logo em briga.
Começamos a lembrar de fatos e acabamos rindo de nós mesmos. Ridículos!
De repente tudo ficou mais leve. Passamos a rir de tudo, a fazer piada das coisas que vivemos e dos amigos em comum.
Não foi difícil sentir saudades.
A certa altura, uma sonora risada escapou de mim. E agora? O que eu respondo para os meus colegas que perguntam qual foi a piada?
Em tardes assim, de encontros virtuais com amigos saudosos, até que é bom a gente deixar que as risadas escapem assim do teclado,  não é?

Nenhum comentário:

Postar um comentário