sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Com medo de não ser feliz

Ela teve medo do que poderia sentir além e recuou. Fugiu.
Pensou que fugindo dele estaria bem, estaria segura e resgataria a paz que um dia teve em casa.
Na primeira briga, no primeiro desentendimento, ela o afastou, empurrou.
Já não era perfeito o seu sonho, a sua ilusão. Voltou a ser a mesma mulher.
Precisava da certeza de que era melhor assim, de que não precisava mais disso.
Sabia que era desculpa, que era medo de perder o controle, medo de se apaixonar.  Mesmo assim desistiu.
Assim seguiu sozinha na companhia de muitos.  Ao lado daquele que já não sabia ouvir, ao lado daquelas com quem dividia os medos, ela seguiu por um, dois meses. E parecia bem...
Procurou consolo nas artes,  no trabalho, na família e também na bebida. Ela celebrava enquanto afogava.
Virou noites navegando, lendo, estudando.
Desviou o pensamento, mudou o foco. 
Sentiu-se aliviada, celebrou e guardou na gaveta  as memórias.
Despendeu todas as suas energias em dias longos abarrotados de tarefas.
Chegou ao ponto de se encontrar exausta, mas se disse feliz por não ter tempo para pensar.  Afirmou ter encontrado a paz.
Mentiu para si mesma e se declarou satisfeita com os novos dias, com a nova vida.
Até quando?

2 comentários: